quarta-feira, 29 de junho de 2011

Querido John

 Estamos em pleno inverno,e mamãe resolveu me mandar para casa de meu pai,sim,estou realmente brava.
 Só escutei minha mãe buzinando e gritando
-Charlotte,desça logo,vamos nos atrasar!
-Já vou mamãe.
  Foram  sete longas horas de viagem,mamãe falava sem parar,ainda bem que havia levado os fones de ouvido.
  Chegando até a pequena fazenda,papai estava a nossa espera,logo que desci, correndo fui abraça-lo,ele estava feliz em me ver.
- vai passar uns dias aqui Jéssica?- disse papai olhando para mamãe
  E quando a resposta foi não,os olhos dele se encheram de lágrimas,mas percebi que a raiva de mamãe era maior,ele estava estranho.
  Já que ela não iria ficar,me despedi, e levei minhas malas para meu quarto,estava tudo em seus devidos lugares,ele é especial.
  O dia foi extremamente longo e cansativo,eu e papai fizemos várias coisas juntos,já era noite,estavamos famintos,comemos o tradicional macarrão de papai.
 Eu fui para meu quarto,ai,como era bom ficar no quarto de minha infância.
 Eram três da madrugada,quando uma luz forte estava em meu rosto,eu acordei,olhei pela janela e vi que era um dos casebres de meu pai ,que  estava com a  luz acesa,enquanto estava concentrada olhando para o casebre,algo passou em frente em minha janela,era alguém desconhecido,eu gritei,sai correndo para a porta do quarto,mas estava trancada,por fora,o desespero tomou conta,mas antes que eu pudesse gritar " SOCORRO" eu cai desmaiada,quando acordei,estava na cama,pensei comigo mesmo" foi só um pesadelo".
 Logo que acordei,lá estava papai sentado,estava diferente,estranho,sei lá.
 Esse dia não foi tão especial,papai ficou trabalhando e eu fiquei no balanço de pneu.
 A noite tomei um chocolate quente e fui dormir,e novamente as três horas da manhã,e lá estava a luz em meus olhos,o casebre com a luz acesa,o desconhnhecido me olhando e eu desmaiando.
E quando acordei papai estava estranho,aa rotina do pesadelo e de acordar cedo e ver papai naquele estado.
 Eu já estava cansada,resolvi desta vez,me agasalhar bem e ficar esperando do lado de fora,já eram 3 horas da manhã,vi papai saindo de casa e indo escondido até o casebre,fiquei assustada,mas não desisti,eu queria descobrir o que ele fazia lá.
Logo vi que ele passou na janela de meu quarto,e fez cara de espanto,ele olhou diretamente para onde eu estava e venho com o facão na mão,parcia estar com muita raiva,sim,eu sai correndo,ele veio atrás,e bateu várias vezes na porta gritando " sou eu filhinha,sou eu"
mas quando eu tentei fechar umas das janelas abertas ele conseguiu entrar.
Eu gritei,ele estava diferente,não era meu pai.
Mas antes que eu pudesse dizer alguma coisa,ele me abraçou.
Acabei percebendo que não era ele do mesmo jeito,as mãos eram largas,o abraço forte demais,não era ele.
No outro dia,eu queria esclarecer o que aconteceu,mas ele nem me deixou falar,apenas saiu e foi para o maldito casebre.
Eu fui até seu quarto,e quando abri o báu eu fiquei realmente assustada,tinham fotos de pessoas com um "X" em verrmelho,e a próxima foto riscada era a minha.
Eu corri até o casebre maldito,e me desesperei  novamente,é aquele definitivamente não era meu pai,ele estava amarrando uma corda e nela estava escrito Charlotte,eu tinha que ligar pra mamãe,mas antes que pegasse o celular,lá estava ela,mmorta,enforcada,AH,MEU DEUS.
Eu não sabia mais o que fazer,corri até a estrada,não podia passar a noite naquela casa,eu iria morrer,eu só gostaria de entender,quem era aquele.
Já era tarde,eu não tinha para onde ir,vi um abrigo,uma casinha de madeira,fiquei com  medo de ficar por ali,mas era melhor assim,logo que bati na porta não havia ninguém,entrei.
eu não cheguei a nem acender a luz,e alguém estava sentado em uma cadeira levei um tremendo susto.
Oh,não,era ele,meu pai!
-Oi,queridinha do John.
-John,seu nome é Charles!
-Não aquele seu pai ,carinhoso era Charlie,eu sou John,lembra de uma brincadeira que você fez alguns anos atrás,quem conversava com você.
- Um tal de John,ah,meu..... era você.
-Por que escolheu meu pai?
-Para eu chegar até você.
-O que vai fazer?
-Lembra de uma corda que você viu hoje de manhã,então querida aquele é seu futuro.
-Futuro?
-Futuro bem longe daqui!
-Como você me fazia desmaiar,esquecer de tudo?seu desgraçado.
- Lembra do delicioso macarrão do papai,eu acho que coloquei um tempero diferente lá,você já está podre por dentro Charlotte,desista,você morreu.
 Assim que terminou a frase, ele me pegou bruscamente pelo braço,e antes que eu pudesse gritar,senti ficar muda,e meu coração bater aos poucos,lembro de ver "John" rindo e dizendo" Vá em paz,Charlotte,vá em paz"
 E assim meu coração parou de bater, e meus olhos haviam se fechado.

As marcas continuam aqui,mas,não,eu não estou entre os vivos,por isso,se três horas da madrugada ou as cinco horas,não aconselho a olhar para a sua janela,pois eu posso estar lá te observando,e fazer com você o mesmo que  John fez comigo.
Por que Charlotte morreu,mas a garota que vivia dentro dela NÃO.
 Fiquem atentos queridos,eu posso estar lá.
                                                                                     

                                                                                    Beijos,Sua querida amiga da madrugada.

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